Autor: José R. Nunes
Até poucos anos atrás, o papel do comprador era bem diferente do atual. Sua função era simplesmente conhecer os fornecedores e sua principal ferramenta era uma caixa com os cartões comerciais de empresas e representantes dos quais se utilizava quando solicitado.
Não havia tantos meios de comunicação como internet, e-mail, etc e sendo assim o seu poder estava na sua rede de contatos e na sua capacidade de fazer com que estes simplesmente atendessem minimamente suas solicitações, que nem se comparam com os requisitos atuais de mercado.
Com a globalização, seu papel deixou de ser simplesmente local, mas sim de um agente global, pois hoje a melhor fonte de fornecimento pode estar a 500 metros da sua fábrica ou do outro lado do mundo.
Atualmente o mercado é outro, pois a qualidade exigida não é a mesma, o tempo de resposta e de execução está cada vez mais reduzido, todo e qualquer custo ligado a desperdício não pode ser mais repassado ao cliente e o preço não é mais elaborado em função do custo, mas o custo é elaborado em função do preço. A área de compras deixou de ser uma área de suporte e em determinados setores é a espinha dorsal que sustenta a lucratividade da empresa, pois em alguns casos é responsável por gerenciar até 80% dos recursos gerados por vendas. Sendo assim, qualquer descuido pode ser fatal para o resultado da empresa, para o atendimento aos requisitos do cliente e consequentemente à sobrevivência da empresa no mercado.
O papel do comprador atual é muito mais do que negociar um desconto ou colocar um pedido. Ele é o canal de comunicação entre as áreas de engenharia, logística, produção, vendas, finanças junto à sua cadeia de fornecedores, porém seu papel não é somente de comunicar, mas sim interpretar, viabilizar, negociar, sugerir e fazer com que este fluxo esteja sempre ativo.
Se um comprador não fizer um bom desenvolvimento do fornecedor, não entender os requisitos básicos necessários, não entender seus custos e que fatores os influenciam, seus processos de fabricação e suas necessidades internas, esta cadeia de fornecimento poderá não funcionar ou não se sustentar no longo prazo. E o bom comprador sabe o quanto é importante manter relações de longo prazo em função do custo que se tem para desenvolver um fornecedor ou uma relação.
Sendo assim, a amplitude do papel do comprador cresceu muito nos últimos anos, assim como os requisitos para que uma pessoa se torne um bom comprador. E a tendência é que este desafio aumente, pois com os meios de comunicação sendo melhorados e até com as inovações constantes, se o comprador não se fizer um profissional que agregue valor nesta cadeia, poderá perder espaço para novos softwares, que poderão executar sua função de maneira mais eficiente.
Qual será o papel do comprador no futuro? Isso ainda não há como prever, porém somente aqueles que se mantiverem atualizados e sincronizados com as mudanças no mercado estarão aptos a participar disso e porque não, até definir isso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário