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BH, Betânia - Região Oeste / MG, Brazil
Meu nome é DAVI CARVALHO DA ROCHA,35 anos - Solteiro, moro atualmente com meus pais, tenho uma filha de 7 anos. Gosto de malhar, jogar futebol, dançar, curtir a família e ler. Pós-Graduado: - MBA em GESTÃO ESTRATÉGICA DE PROJETOS - Faculdade UNA - Julho/2011. - MBA GESTÃO ESTRATÉGICA DE NEGÓCIOS - Faculdade UNA - Dez/2010, Graduado em GESTÃO LOGÍSTICA pela Faculdade Pitágoras - Dez/2009. Idiomas - Curso de Inglês - 6º período, (conclusão Dez/2013) - Number One. Minhas experiências profissionais, encontram -se no link ao lado "Meu cirriculum".

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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Aprenda a negociar com seu chefe, sem entrar numa saia justa

Gestores valorizam profissionais com senso crítico, mas é preciso conhecer alguns limites.

São Paulo – Não importa qual o setor em que você atua ou a função que exerce – mais dia ou menos dia, você terá que olhar para seu chefe, menear a cabeça e dizer “não”.
Recentemente, a atriz Ana Paula Arósio fez isso. Alegando motivos pessoais, não compareceu aos primeiros dias de filmagem da novela Insensato Coração, que estreou nessa segunda-feira (17) na Rede Globo. Foi substituída. Após três meses de burburinho e uma série de hipóteses da imprensa, pediu desligamento da emissora. O fato veio a público na última semana por meio de comunicado oficial da rede de televisão.
Não se sabe ao certo quais as razões por trás da decisão da atriz e nem a maneira como ela negociou sua saída da novela, em outubro. No entanto, o caso coloca luz numa questão cara para todo profissional: como negociar com um superior sem que isso prejudique sua carreira?
A resposta prática para essa pergunta depende de conhecimento de estratégias de negociação, bom senso e muito jogo de cintura. “O problema é que as pessoas vão engolindo tantos sapos ao longo da carreira, que acabam colocando tudo a perder na hora de emitir uma opinião contrária”, afirma Eliane Figueiredo, diretora da consultoria Projeto RH.
EXAME.com consultou alguns especialistas e listou quatro conselhos para que você negocie da maneira correta com seus superiores, colaboradores ou colegas de trabalho.

1. Seja flexível

A questão não é apenas bater o pé em ritmo oposto ao da chefia. Mas abrir um canal de discussão com o objetivo de chegar a um cenário positivo para os dois lados.
Por isso, “ninguém pode entrar em uma negociação sem se preparar”, afirma José Roberto Valle, diretor da Scotwork do Brasil, empresa especializada em técnicas de negociação. Para negociar, ele explica, você deve ter bons argumentos em mãos e, principalmente, uma ótima noção do quanto quer e pode ceder.
Esse tipo de missão exige objetivos muito claros e um raciocínio argumentativo capaz de sustentá-los de uma maneira consistente. Mas também demanda versatilidade. Você precisa revisar seus limites e estabelecer até que ponto está disposto a abrir mão do seu ponto de vista.

2. Aposte na convergência
Uma das dicas do livro Conversas Decisivas (Editora Lua de Papel) é descobrir um objetivo mútuo entre as partes. “Encontre uma meta comum e terá uma boa razão e um clima saudável para falar”, afirmam os autores Kerry Patterson, Joseph Grenny, Ron Mcmillan e Al Switzler no capítulo “Proporcione segurança”.
Isso significa que você não deve investir, de cara, naquilo que é contrário à lógica proposta pela outra parte. Mas, sim, valorizar os aspectos convergentes entre os dois discursos. “É uma questão de entender as razões para a outra pessoa ter aquela opinião”, diz Eliane.

A atriz Ana Paula Arósio que deixou a Rede Globo
Se, por exemplo, seu superior insiste que você retome um projeto em nome dos bons resultados do seu departamento, mas você, ao contrário, acredita que outro desafio será mais eficaz, use o objetivo comum entre vocês dois de alcançar as metas como a chave da sua argumentação.

3. Entre com a solução

Agora, não caia na tentação de apenas apresentar seu ponto de vista e deixar a resolução do problema para seu chefe. Se você não concorda com um caminho proposto, é preciso sugerir uma solução plausível para o caso.
E, aqui, vale um exercício de fuga do próprio umbigo. Você deve pensar nessa solução tendo em vista não apenas seus próprios interesses, mas também os da outra pessoa envolvida na negociação.
Ao mesmo tempo, elabore contrapartidas para as propostas que forem surgindo ao longo da negociação. “Tenha sempre uma moeda de troca em mãos. Pense em sugestões que não custem muito para o outro lado”, diz Valle.

4. O que não fazer

Regra básica para um bom negociador? Mantenha a humildade. Sempre. “Não menospreze a situação”, diz Eliane. E muito menos a outra pessoa envolvida na situação.
“Você não pode romper a negociação de uma maneira intempestiva”, diz Valle. Eliane complementa: “O ‘não’ encaminha você para um beco sem saída”. Por isso, avaliam os especialistas, é importante manter uma postura flexível e aberta para o consenso entre as partes.
“Quando você entra com esse tipo de argumentação mostra senso crítico e comprometimento com o trabalho”, afirma Eliane. “Os chefes maduros não querem funcionários que falem amém para tudo. Eles valorizam profissionais que os ajudem a evoluir também”.

Talita Abrantes, de EXAME.com

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Logística reversa já recolhe 36% do óleo lubrificante usado no Brasil

Ao fazer uma simples troca de óleo lubrificante no veículo em um estabelecimento qualquer, o consumidor quase nunca imagina que a iniciativa pode significar um ato que pode gerar graves consequências para o meio ambiente. Caso o estabelecimento escolhido para o serviço não faça parte do sistema nacional de recolhimento de óleo usado e contaminado, seu descarte incorreto pode resultar em contaminação química e os danos podem ser irreversíveis.

Os Óleos Lubrificantes Usados ou Contaminados (Oluc), vulgarmente conhecido como óleo queimado, é considerado um resíduo tóxico persistente e perigoso não só para o meio ambiente, como também para a saúde humana. São cancerígenos e provocam, entre ouros males, a má-formação dos fetos. A prática tecnicamente recomendada para evitar a contaminação química é o envio do resíduo para a regeneração e recuperação por meio do processo industrial chamado de rerrefino.
Para se ter uma ideia do grau de toxicidade do resíduo, um litro de óleo lubrificante usado pode contaminar um milhão de litros de água. Mil litros deste óleo podem destruir uma estação de tratamento de água para 50 mil habitantes. Se for queimado como combustível em padarias ou olarias, o ar ficará saturado de gases venenosos e cancerígenos de alta toxicidade. Derramado no solo, pode poluir irreversivelmente lençóis freáticos e aquíferos.
O óleo usado ou contaminado é rico em metais pesados, ácidos orgânicos, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos e dioxinas, todas substâncias altamente poluentes.
Para evitar esse tipo de contaminação, há cinco anos, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) publicou a Resolução nº 362/2005 regulando as atividades de coleta e recolhimento destes óleos lubrificantes. Com a aprovação da Norma, foi possível criar um sistema harmônico e claro para a gestão deste perigoso resíduo, estabelecendo obrigações e ações coordenadas para evitar o caos ambiental.
Mas além do benefício ambiental, o processo de rerrefino também oferece vantagens econômicas, pois quando coletados e corretamente encaminhados à reciclagem, por meio do processo de rerrefino, os olucs são transformados novamente em óleo lubrificante , numa proporção de 75% a 80% de aproveitamento. Representam um recurso mineral valioso e possibilitam a geração de importante parcela de óleos básicos, destinados à formulação de lubrificantes acabados essenciais para a operação de maquinário de diversos segmentos industriais como, por exemplo, operações de corte, estampagem, fabricação de borrachas, metalurgia, etc.
Uma outra vantagem do rerrefino é apontada pelo coordenador do Grupo de Monitoramento Permanente (GMP) da Resolução 362/2005, Edmilson Rodrigues da Costa. Ele explica que a questão envolve até mesmo a soberania nacional. "Para fazer o óleo lubrificante, usa-se uma parte do petróleo chamada óleo leve e o nosso petróleo é muito pesado. Como o Brasil importa esse óleo do Oriente Médio, então quanto mais óleo for recolhido e quanto maior a quantidade de rerrefino menos óleo a gente vai ter de importar", explica.
Desde junho de 2005, vem sendo feito um rigoroso monitoramento do recolhimento e rerrefino dos óleos usados ou contaminados no Brasil. A entrada em vigor da Resolução criou uma rotina bem sucedida de ações articuladas entre as três esferas de governo e a sociedade civil que vem, ano a ano, retirando do meio ambiente uma quantidade cada vez maior deste agente poluidor. A Resolução inovou ao criar um sistema de logística reversa, obrigando os produtores e importadores a coletar todo o óleo disponível ou garantir o custeio de toda a coleta dos olucs efetivamente realizada.
Além de editar a Resolução, o Conama inovou uma vez mais ao criar um Grupo de Monitoramento Permanente (GMP) para verificar a aplicabilidade da Resolução, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente. Além do MMA e dos ministérios de Minas e Energia e das Cidades, fazem parte do GMP os órgãos estaduais e municipais de meio ambiente, a sociedade civil, representada pelas organizações não-governamentais ambientalistas e o setor empresarial.
O engajamento da sociedade organizada e de vários segmentos do setor empresarial também confere ao GMP uma dimensão participativa ainda maior. Além do Governo Federal fazem parte do grupo a Agência Nacional de Petróleo (ANP), Associação Brasileira de Entidades de Meio de Meio Ambiente (Abema), Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente (Anamma), Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), Sindicato das Indústrias Petrolíferas (Sindipetro), Sindicato do Comércio de Lubrificantes (Sindilu), Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios (Sindirepa), Força Verde Ambiental do Paraná entre outros.
A Resolução aprovada pelo Conama determinou que todo óleo usado ou contaminado deve ser recolhido, coletado e ter destinação final, de modo que não afete negativamente o meio ambiente e propicie a máxima recuperação dos constituintes nele contidos.
Estabeleceu aos produtores e importadores a obrigação de coletar, ao menos anualmente, um percentual mínimo não inferior a 30%, em relação ao óleo lubrificante acabado comercializado. Posteriormente, os ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia editaram uma Portaria, em conjunto, com metas de recolhimento regionais e nacional. Estas metas vão até 2011 e terão de ser revistas para um período de mais quatro anos.
Atualmente, cinco anos após a entrada em vigor da Norma do Conama, o Brasil exibe um percentual de 36% de recolhimento de óleo usado e aposta que em até meados da próxima década atingirá a meta de 42% de recolhimento.
Edmilson da Costa, no entanto, explica que apesar do sucesso da Resolução, os números não revelam todo o quadro brasileiro. "Em nível nacional, diz ele, os números andam bem, mas isso porque o sudeste e o sul vêm puxando esses números para cima. O centro-oeste, o norte e o nordeste ainda se encontram bem distantes das metas programadas".
Porcentagem ideal - As metas estabelecidas vão mudando a cada quatro anos e o ideal é que o Brasil atinga a faixa de 60% de rerrefino. Para o coordenador do GMP, para se atingir esse patamar, em primeiro lugar é preciso ampliar a consciência da sociedade no sentido de que ela deve trocar o óleo do veículo em agentes credenciados. Em segundo lugar, coibir o desvio de grande quantidade de olucs que vem sendo utilizada como óleo combustível na queima de caldeiras em olarias, pardarias e outros. Por último, controlar a venda de óleos lubrificantes em supermercados.
Edmilson Costa afirma que a venda em supermercados, minimercados e outros estabelecimentos atrapalha o sistema de logística reversa, uma vez que este tipo de estabelecimento não se sente responsável pela coleta. "O óleo vendido em posto de gasolina tem um controle, o vendido em supermercado não, porque eles não fazem parte do sistema da logística reversa estabelecido pela Norma Conama".
Mobilização - Um anos após a aprovação da Resolução, o GMP realizou um seminário nacional para organizar os passos seguintes da aplicação da Resolução. De acordo com Edmilson da Costa, a partir de então, foi montado um sistema de capacitação de técnicos de órgãos municipais e estaduais. Dentro desta lógica, foram realizadas quatro oficinas regionais para debater a Resolução e também uma oficina nacional. No momento, estão sendo realizadas minioficinas regionais. "No último ano, fizemos oficins nos estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraíba, Amazonas e na Bahia. A intenção é fazer chegar a informação correta a um número cada vez maior de atores, e das pessoas da sociedade como um todo", diz o coordenador.
Segundo ele, já foram capacitadas em torno de 600 pessoas entre técnicos de meio ambiente, de universidades, da defesa civil, do Corpo de Bombeiros, sindicatos de classe relacionados ao trânsito, como rodoviários e ferroviários.
Atualmente, o grupo vem desenvolvendo um trabalhando junto aos caminhoneiros. O coordenador do GMP informa que o Sindirepa está elaborando um estudo que irá apontar qual o melhor caminho para se chegar a essa categoria. "A maioria dos caminhoneiros tem consciência de que precisa trocar o óleo em um local correto, mas ele precisa entender que existem lugares que fazem a troca mas não fazem a destinação correta para o rerrefino. Eles precisam entender que neste locais deve existir o certificado de coleta, com adesivo da ANP, tem que haver uma série de cópias dos certificados para a garantia de que foi destinado corretamente. Quando conseguirmos atingir os caminhoneiros, estaremos atingindo um ponto nevrálgico desta iniciativa", garante Edmilson da Costa.
Atores - São cinco os participantes da cadeia de comercialização do óleo lubrificante até o processo de rerrefino. São eles:
Produtores e importadores - Pessoas jurídicas que introduzem o óleo lubrificante acabado no mercado e possuem a obrigação legal de custear sua coleta e de informar aos consumidores (geradores) as obrigações que estes têm e os riscos ambientais decorrentes do eventual descarte ilegal do resíduo. Aqui entra o sistema de logística reversa;
Revendedores - Pessoas jurídicas que comercializam óleo lubrificante acabado no atacado e no varejo, que dentre outras obrigações devem receber dos geradores o óleo lubrificante usado ou contaminado, em instalações adequadas;
Geradores - Pessoas físicas ou jurídicas que em função do uso de lubrificantes geram o óleo lubrificante usado ou contaminado e que têm obrigação de entregar este resíduo perigoso ao pondo de recolhimento (revendedor) ou coletor autorizado;
Coletores - Pessoas jurídicas devidamente licenciadas pelo órgão ambiental competente e autorizadas pelo órgão regulador da indústria do petróleo, para realizar atividade de coleta de óleo lubrificante usado ou contaminado, entregando-o ao rerrefinador;
Rerrefinadores - Pessoas jurídicas devidamente autorizadas pelo órgão regulador da indústria do petróleo e licenciadas pelo órgão ambiental competente, para a atividade de rerrefino, que tem por obrigação remover os contaminantes do resíduo perigoso e produzir óleo lubrificante básico conforme especificação da ANP. (Fonte: Suelene Gusmão/ MMA)

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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O Pré-Sal e a Logística

Por Luiz de Paiva,
 
Empresas e profissionais de logística que não estão acompanhando de perto o projeto de petróleo no Pré-Sal estão dormindo no ponto. Esta nova fronteira brasileira da exploração do petróleo terá um impacto de imensas proporções nas cadeias produtivas brasileiras. A seguir listo alguns pontos para que reflitam:

Abrangência

O impacto do Pré-Sal vai muito além do setor de Petróleo e Gás. Diversas outras cadeias produtivas serão afetadas. Mesmo setores que em princípio não estão relacionados com o Pré-Sal podem ter suas cadeias de suprimento modificadas (positiva ou negativamente).

Tamanho

Os volumes de investimento são inéditos no Brasil. São dezenas de bilhões de reais que serão aplicados apenas pela Petrobras. Os investimentos nos setores relacionados também serão gigantescos. Portanto, avalie se sua empresa está preparada para absorver parte deste bolo.

 
Tecnologia

As proporções envolvidas demandarão novas tecnologias. Não apenas para a exploração e produção em si, mas também para tudo que gira em torno dos setores relacionados. Cadeias de suprimento deverão se modernizar, e aquelas empresas que estiverem com métodos ultrapassados e pouco eficientes, certamente ficarão fora do jogo.

Oportunidades e Ameaças

Ressurgimento do setor naval, novas refinarias, instalação da indústria naval e offshore em São Paulo, mudança no porte dos navios, construção de plataformas, entre outros… elementos que podem trazer enormes oportunidades para empresas de logística arrojadas e preparadas, ou obstáculos insuperáveis para aquelas que não estão atentas.

Novas Regras

Está sendo discutido um marco regulatório para o Pré-Sal, que traz novos conceitos para o setor petrolífero. Royalties (ou seja, riquezas) terão uma distribuição diferente para os Estados, o governo participará de forma diferente, e as regras de operação ainda estão sendo definidas. É crucial monitorar todos estes movimentos para adaptar sua empresa às regras de jogo de forma ágil.

Mudanças

Mudança é a palavra da vez, em todos os aspectos. Criar uma cultura organizacional dinâmica e aberta às novas realidades poderá colocá-lo em posição vantajosa para obter ganhos importantes nas oportunidades logísticas do Pré-Sal. Faça um diagnóstico dos impactos que sua indústria e sua empresa sofrerão, com uma análise SWOT (forças, fraquezas, ameaças e oportunidades) deste novo cenário.


Fonte: CATHO EDUCAÇÃO EXECUTIVA - Cursos Online, Cursos executivos, Cursos de formação, MBA, MBA Online, Artigos

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A logística da entrega de 103 milhões de livros didáticos para escolas públicas!

Esse é o número de exemplares que o governo federal acaba de entregar em todas as escolas públicas do país. Pela complexidade, a operação se tornou referência mundial em logística

O DIA DA ENTREGA
Pais e alunos recebem os livros em uma escola no Rio de Janeiro: atraso zero
Terminou, com o início das aulas, uma megaoperação coordenada pelo Ministério da Educação (MEC) para entregar 103 milhões de livros didáticos nas 140.000 escolas públicas brasileiras. A distribuição dessa enorme quantidade de livros, que empilhados teriam a altura de 200 montes Everest, consumiu cinco meses e incluiu milhares de viagens de carreta, barco e até carroça. Para citar um périplo entre vários, chegar a um município como Ipixuna, distante 1 380 quilômetros de Manaus, exigiu, além do transporte inicial de caminhão a partir de São Paulo (que concentra a produção de livros didáticos no país), cruzar o Rio Madeira de barco durante 33 dias e seguir adiante de van por mais quatro.
Não há no Brasil nenhum programa oficial que envolva uma distribuição tão extensa nem demande logística tão complexa. A segunda maior operação do gênero é a entrega de vacinas pelo Ministério da Saúde, que perde em dimensão (na última campanha contra a rubéola, foram 84 milhões de doses) e na variedade da carga – uma única vacina, contra 2 322 títulos. O que complica mais ainda a logística dos livros é o fato de cada escola receber uma encomenda diferente. São 140 000 tipos de pacote, entregues um a um. O único programa de distribuição de livros didáticos que supera a dimensão do brasileiro é o chinês – mas há uma diferença relevante em favor do Brasil: “Os professores têm a liberdade de escolher os livros que vão adotar”, resume Nélio Bizzo, da Universidade de São Paulo.
Não foi fácil encontrar uma fórmula para fazer os volumes certos chegarem ao destino planejado sem atraso. Até há pouco, persistia uma situação absurda: só 25% dos estudantes tinham os livros no primeiro dia de aula. Alguns recebiam o material apenas em setembro. Os atrasos se deviam à falta de um controle centralizado da operação – hoje sob o comando dos Correios, mas antes pulverizada por dezenas de empresas contratadas pelo governo. Esse modelo resultava em erros danosos. Pedidos de algumas escolas não chegavam e ninguém se dava conta disso. Livros eram enviados ao endereço incorreto. Muitos também se rasgavam ou molhavam no caminho. Foi um duro aprendizado até descobrir o melhor jeito de embalar os volumes e acomodá-los nos caminhões, sem deixar brechas entre os pacotes para evitar os danos com o sacolejo da viagem. Atualmente, a distribuição é planejada e acompanhada por um sistema que simula todas as etapas da operação.
Com base nos cálculos, determinam-se o melhor trajeto para os caminhões, a quantidade ideal de caixas a ser colocada em cada um e o ritmo de produção dos livros pelas editoras. Eles são impressos aos poucos, para evitar o armazenamento, o que sairia caro. A presteza na entrega rendeu aos Correios um prêmio no World Mail Awards, espécie de Oscar internacional da logística.
PARCERIA EM PROL DOS LIVROS
Mães e professores de uma escola de Manaus: elas ajudam a preservar o material
“O caso desperta mais curiosidade por se passar no Brasil, onde a logística é sabidamente penosa”, diz o consultor Leonardo Lincoln, do Instituto de Logística e Supply Chain. Pesam contra o transporte de cargas no país as longas distâncias e a falta de infraestrutura. No Brasil, 65% das cargas seguem por rodovia (uma opção cara) e apenas 20% por trem (uma opção bem mais econômica).
Em países desenvolvidos, as proporções são inversas. O péssimo estado de conservação das estradas aumenta ainda mais os custos e torna qualquer operação mais lenta e difícil. Por tudo isso, os brasileiros gastam proporcionalmente mais com logística: o valor equivale a 13% do PIB. É quase o dobro do gasto dos americanos.
Há cerca de cinquenta grandes empresas especializadas em transporte e armazenamento de cargas no mundo, como as americanas UPS e FedEx, ambas com operações no Brasil. Embora tenham um alto padrão de excelência, elas não contam com um fator decisivo para garantir a eficácia da distribuição dos livros didáticos no país: a presença nos 5 564 municípios, como é o caso dos Correios. Nem se interessam por isso.
Diz Carlos Ienne, diretor de operações da FedEx na América Latina: “Para entregar esses livros, é fundamental ter uma capilaridade que, definitivamente, não está em nossos planos. O foco da FedEx são as 2 800 cidades brasileiras que concentram 90% do PIB”. Montar uma estrutura em quase o dobro dos municípios não compensaria o negócio, avalia o diretor da FedEx. É o que explica também o fato de nenhuma empresa ter aparecido nas quatro licitações que o governo tentou abrir, depois de os Correios assumirem a operação.
VIAGEM DE CHARRETE
O carteiro Geraldo Lopes entrega os livros numa ilha do Pará
Além da logística, outro aspecto que merece atenção no programa brasileiro diz respeito ao sistema de escolha dos livros, que preserva o direito do professor de optar pelos títulos que julgar melhores. Algo que mais países, como Canadá e Inglaterra, também fazem. O princípio é bom. Só o professor, afinal, conhece tão bem a realidade de seus alunos. O Brasil foi o único, no entanto, a implantar uma avaliação dos livros enviados pelas editoras.
Todos são submetidos a uma análise técnica, em que se observam detalhes de impressão, e a uma apreciação do conteúdo, na qual se verificam erros conceituais e a coerência com as exigências curriculares do MEC. Cerca de 70% dos livros são aprovados e ingressam na lista apresentada aos professores. Não se trata de um sistema infalível. Mesmo com essa peneira, passam erros. Acontece, além disso, que livros de padrão mediano sejam escolhidos em detrimento de excelentes coleções. “Ainda que produza distorções, o sistema que permite ao professor definir o material de suas próprias aulas ainda é o mais democrático”, pondera o especialista Claudio de Moura Castro.
A compra de milhões de exemplares permite ao MEC negociar bons preços com as editoras. Atualmente, 36 editoras vendem livros didáticos ao governo, entre elas Ática e Scipione, do Grupo Abril, que edita VEJA. O mesmo livro vendido nas livrarias por cerca de 70 reais sai para o MEC por 5 reais. As margens de lucro das editoras giram em torno de 5%, quase a metade do que rendem as vendas para as livrarias.
O negócio com o governo compensa pela escala e ainda por uma segunda vantagem: os livros jamais são devolvidos, ao contrário do que ocorre com as livrarias, que recebem os títulos sob regime de consignação. Se eles encalham nas prateleiras, cabe à editora retirá-los da loja e armazená-los num galpão até um novo ano letivo começar. Custa dinheiro. Tudo isso ajuda a entender por que 56% do faturamento das editoras de livros didáticos, em média, vem das vendas ao governo – ainda que o preço cobrado pelos livros seja tão mais baixo. Para os autores, esse é também um bom filão. Um título de sucesso no mercado de livros didáticos vende algo como 2 milhões de exemplares num ano – muito mais do que qualquer best-seller.
Na maioria dos países, o governo tem programas de distribuição de livros didáticos em escolas públicas. É assim nos Estados Unidos e em grande parte da Europa. No Brasil, eles já acontecem desde os anos 30, mas até 1995 a entrega era limitada a poucas séries e não tinha regularidade. Durante o governo Collor, parte do programa chegou a ser suspensa. Hoje, atende todos os 35 milhões de estudantes de escolas públicas, do 1o ano do ensino fundamental ao último do nível médio. Custa ao governo 842 milhões de reais, algo como 2% do orçamento do MEC. Os especialistas concordam que se trata de uma boa aplicação do dinheiro para a educação.
O livro didático é uma ferramenta fundamental, especialmente num país pobre como o Brasil. Para os professores, que raramente têm um currículo em que se espelhar, fornece uma espécie de roteiro para as aulas. No caso dos alunos, além de material de apoio para os estudos, esses livros são, muitas vezes, os únicos da casa. Quem acompanha o programa relata que até os pais os utilizam como fonte de pesquisa – como ocorre com a dona-de-casa Leda de Araújo, 51 anos e um filho matriculado numa escola estadual de Manaus. Lá, a remessa de livros didáticos do MEC chegou há três meses. “Dou muito valor a esses livros e ensino o mesmo às crianças.”
Fonte:
Revista VEJA – Seção Logística – 103 milhões de livros didáticos por Camila Pereira, com reportagem de Mariana Borges e Renata Betti

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Inovar para Sobreviver (by Frederico Porto)

Na natureza, para sobreviver, os animais e as plantas, têm de se adaptar às mudanças que vão ocorrendo. No mundo organizacional é a mesma coisa; cada dia mais as empresas e profissionais têm de se adaptar, e com maior velocidade, às demandas do mundo externo.

Por isso, já não basta mais desempenhar as tarefas de maneira eficiente, com processos precisos: temos de ser capazes de inovar. Como seres humanos, somos bons em adaptar, mas inovar é contra a nossa natureza. Adaptar é reativo, o mundo muda e nos mudamos depois. Inovar, como estou apresentando aqui, é ser proativo, mudar antes que o mundo externo nos obrigue.

Isso é muito difícil, tanto para pessoas, empresas e até mesmo países, pois como ainda não começaram a acontecer perdas significativas, vamos adiando as mudanças necessárias. É aquele seu amigo que está acima do peso, com colesterol alto e não toma nenhuma providência, mas, o dia em que tem um infarto, muda todos os hábitos, passa a se alimentar bem e a praticar atividade física. 
Para inovar, precisamos reconhecer o medo do novo, enfrentá-lo, resgatar o uso da intuição e criar um ambiente onde as pessoas estejam inteiras.
Precisamos resgatar a capacidade de enxergar fora da caixa. Se até o momento fizemos uso das propriedades mais ligadas à lógica e à razão, chegou o momento de olharmos para o outro lado, o lado da intuição, onde as ideias surgem de maneira inesperada.
Segundo o pesquisador australiano Alan Snyder, que estuda autistas prodígios, como o personagem de Dustin Hoffman em Rain Man, filme no qual, em uma cena, cai uma caixa de palitos de dente no chão e o personagem autista “conta” o numero de palitos espalhados em dois segundos. Ele não contou, ele teve uma Gestalt, viu o total. Existem autistas capazes de ler 5 mil palavras por minuto e não esquecer, outros tocam instrumentos como profissionais e nunca foram ensinados. Se eles têm estas habilidades natas, Snyder pensou o seguinte, nós todos as tivemos também um dia e elas atrofiaram, estão adormecidas em nosso cérebro. Ele tem demonstrado que se você cansar o lado esquerdo do cérebro com um campo magnético, o direito se manifesta com maior intensidade - o lado direito é que está ligado às habilidades intuitivas. Após o uso do campo magnético, as pessoas melhoram o acerto em “adivinhar” o número de pontos vermelhos em uma tela de computador e melhoram a sua habilidade de desenhar, por exemplo. Por isso que, uma ideia raramente surge na mesa do escritório e sim quando está caminhando ou tomando banho. Quando você pensou muito em um problema, você cansou o seu lado racional (hemisfério esquerdo), para descansar ele deu uma desligada, e, quando estava em outras atividades, o direito (mais intuitivo) se manifestou e veio a solução tão procurada.
De acordo com o especialista em estratégia Gary Hamel, em 2005 a empresa de consultoria Towers Perrin fez um estudo com 86 mil funcionários que trabalhavam para empresas de médio e grande porte, em 16 países. Esse estudo mostrou que apenas 14% dos funcionários em todo o mundo são muito empenhados no trabalho, 24 % não são empenhados, e o restante ficava no meio. Isto significa que 85% dos funcionários estão dando menos de si. É um desperdício imenso de talento humano, e assim podemos entender por que tantas organizações são menos capazes do que as pessoas que nelas trabalham. 
À medida que o mundo corporativo passa a precisar de mais do ser humano do que simplesmente suas mãos, passa a ser fundamental termos este indivíduo inteiro no trabalho.
Você como gestor deve estimular a sua equipe a perceber o que não é dito, a imaginar o futuro, deve ouvir suas opiniões, para que se sintam parte dos processos. Incentive-os a refletirem o quanto seus valores pessoais estão alinhados com os da empresa, para que  assim possam estar  mais engajados e inteiros no trabalho.

*Frederico Porto é psiquiatra, nutrólogo e professor convidado da Fundação Getúlio Vargas e Fundação Dom Cabral. Atua também como coach e consultor de empresas.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Portos do Norte e Nordeste continuam isentos de taxa sobre frete

Os produtos importados, destinados a portos do Norte e do Nordeste, estão isentos do AFRMM (Adicional de Frete para a Renovação da Marinha Mercante) por mais cinco anos, como forma de estimular a expansão das empresas localizadas naquelas regiões.


A prorrogação da isenção até 2015, assinada em 31 de dezembro, foi aplaudida pelo presidente do Conselho Temático de Infraestrutura da CNI (Confederação Nacional da Indústria), José de Freitas Mascarenhas, para quem o Norte e o Nordeste "estão afastados do centro econômico do país e precisam de incentivos para melhorar a competitividade".


Segundo ele, o AFRMM corresponde a 25% do custo do frete marítimo, e o governo adotou "decisão acertada" ao manter a isenção para cargas desembarcadas nas duas regiões. A medida, no seu entender, foi fundamental para a redução dos custos das indústrias que usam insumos importados; em especial nos casos de cimento e petroquímica.


De acordo com Mascarenhas, que também preside a Federação das Indústrias da Bahia, a medida evita o impacto que o fim da isenção causaria na competitividade de alguns segmentos industriais das duas regiões, principalmente nos setores que importam produtos de baixo valor agregado.


Ele ressalta também que a prorrogação da isenção reduz, em parte, as desigualdades regionais, uma vez que "o Norte e o Nordeste não têm capacidade para competir em igualdade de condições com as demais regiões do país".


De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a média nacional do ritmo de crescimento da economia, de 1995 a 2007, foi de 6,1%: o Centro-Oeste aumentou 6,8%, a Região Sul cresceu 6,5%, o Sudeste teve expansão de 6,4%, o Nordeste subiu 4,8% e a Região Norte teve crescimento de 3,8%.


Com informações Agência Brasil

Qui, 06 de Janeiro de 2011 08:46

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Comprador - um profissional estratégico

Especialista da área de Compras é peça-chave para o desenvolvimento contínuo das atividades da empresa

Para produzir mais e melhor, é fundamental que a indústria disponha de máquinas, ferramentas e insumos de qualidade. Responsável por buscar estas soluções no mercado, o comprador exerce uma função estratégica na empresa; afinal, o resultado financeiro obtido por meio das vendas é também consequência direta de compras eficientes.
Sabendo da importância deste profissional para o desempenho positivo de qualquer indústria, é comum que os empresários se perguntem: Qual o perfil ideal para este cargo? De que forma é possível selecionar adequadamente profissionais para a área de Compras? Quais as perspectivas de mercado para este departamento da empresa?
Para responder estas e outras dúvidas, a Revista O Mundo da Usinagem conversou com especialistas desta área e consultores de recrutamento. Vamos conhecer melhor a profissão de comprador industrial.
Multifuncional
“Atualmente, a função de comprador industrial tende a integrar as áreas de Suprimentos e Logística da empresa e suas atribuições abrangem toda a movimentação de materiais”, informa Denise Retamal, diretora da RHIO’S Recursos Humanos – empresa de consultoria especializada no segmento industrial. “É ele o responsável pela compra e pelo recebimento de matéria-prima, peças e equipamentos e pela administração do estoque”, adverte.
Compradores devem buscar fornecedores com visão e procedimentos alinhados aos de sua empresa
Outra missão deste profissional é estabelecer a comunicação entre os clientes internos – colaboradores da empresa, que indicam os itens a serem comprados – e os fornecedores, atendendo as solicitações de ambos de forma satisfatória. Danilo Angeli, gerente de Logística da Sandvik Tooling, acrescenta que é responsabilidade do comprador industrial realizar follow up, ou seja, manter o contato constante com os fornecedores para garantir o cumprimento de prazos e normas de qualidade durante um processo de compra.
“Outro procedimento que distingue o comprador eficiente é o monitoramento do mercado por meio de categorias-chave. Com este acompanhamento fica mais fácil encontrar o fornecedor certo para o produto solicitado, agilizando os processos de compra”, ensina o gerente.
O valor das habilidades
Conhecer as peculiaridades do mercado em que a empresa atua é o primeiro passo para que o comprador consiga desempenhar sua função com excelência. Muitas vezes o cliente interno poderá solicitar um produto específico do segmento, e só um profissional que conheça os detalhes deste determinado setor industrial conseguirá atender o pedido de forma eficaz.


De acordo com Andreia Simas, compradora da Mercedes-Benz do Brasil, saber negociar é essencial nesta profissão. “Os vendedores estão sempre muito bem preparados para a negociação. Por isso, devemos ter nossos objetivos bem alinhados na hora da compra, para que a transação traga bons resultados à empresa para a qual trabalhamos”, justifica.
Danilo Angeli acrescenta mais uma habilidade importante para o profissional de Compras: saber administrar prioridades. “Além de planejar estrategicamente as negociações, é necessário que o comprador administre da melhor forma possível as prioridades de compra, de forma que as demandas da empresa sejam supridas periodicamente”, esclarece.
Flexibilidade e dinamismo são os itens que completam a lista de características indispensáveis a um comprador, pois este profissional geralmente precisará saber lidar com a grande diversidade de materiais disponíveis no mercado e também com eventuais urgências que possam surgir. Como destaca Denise Retamal, “o comprador deve buscar constantemente soluções criativas e inovadoras para suprir as solicitações dos clientes internos. Desta forma, a empresa lucrará mais e todos os colaboradores serão beneficiados”.
Rastreando talentos
Contratar um comprador que detenha todas estas habilidades exige da organização uma boa dose de determinação durante o recrutamento. Para isso, o ideal é que se possa contar com o apoio de uma empresa especializada nesta atividade.
Após realizar uma pesquisa profunda sobre os melhores profissionais que atuam no segmento específico da empresa-cliente, a RHIO’S Recursos Humanos desenvolve seus processos de Recrutamento e Seleção de candidatos por meio de nada menos que nove etapas. Em seus processos, são avaliadas diversas particularidades dos profissionais, como conhecimentos técnicos específicos, domínio de idiomas, habilidades sociais em ambiente corporativo, características sócio-culturais e adequação do perfil geral dos candidatos ao perfil da empresa-cliente e de seus gestores. “Ao final dos processos, definimos um ou dois, ou até três profissionais sob medida ao cargo de comprador, que serão encaminhados para entrevistas finais com a empresa contratante”, detalha Denise Retamal. “Um relatório completo sobre tais candidatos, incluindo a recomendação da RHIO’S sobre o melhor perfil indicado pela consultoria é enviado ao gestor da área, que entrevistará os finalistas e decidirá quem conquistará a vaga”.
Durante o processo de seleção, existem pré-requisitos que colaboram para que o candidato tenha mais chances de ocupar o cargo. A formação superior é um destes diferenciais. Geralmente os profissionais que atuam na área de Compras apresentam formação em Administração de Empresas, Comércio Exterior, Logística ou Finanças Corporativas. Por isso, para concorrer à vaga de comprador dentro de uma indústria, dependendo da necessidade de conhecimento dos processos da empresa, leva vantagem quem tem graduação em Engenharia. “Um comprador que conheça bem as especificidades técnicas da empresa conseguirá selecionar o produto a ser comprado com maior rapidez”, avalia o gerente.
Em alguns casos, o profissional de Compras somente encontrará o produto solicitado em outros países. Em virtude desta condição, o domínio do idioma inglês e de uma terceira língua é muito importante. Outra questão que agrega valor ao postulante é o domínio de softwares específicos de sua atividade. “Um candidato que consiga se comunicar em outros idiomas e que tenha conhecimento dos programas utilizados na área de Compras terá maiores chances de ser contratado”, ressalta Denise Retamal.
Interação positiva
O relacionamento entre a área de Compras e fornecedores tem se fortalecido nos últimos anos, pois as empresas identificaram que, trabalhando juntos, os profissionais destas duas frentes conseguem encontrar melhores soluções de negócio. “Muitas organizações estão adotando o conceito de Lean Thinking, uma filosofia organizacional que busca a maximização do valor por meio da contínua eliminação de desperdícios. Desta forma, comprador e fornecedor devem trabalhar em conjunto pelo melhor custo–benefício”, analisa Angeli.

Na Mercedes-Benz, novo processo para fornecimento de produtos melhorou resultados da área de Compras

A procura por fornecedores qualificados no mercado industrial também faz parte da rotina de um comprador. Para otimizar este processo, novos processos têm surgido, como os métodos e-procurement e benchmarking. O primeiro refere-se a uma ferramenta eletrônica de cotação de preços destinada a compras corporativas. Por meio do e-procurement, os compradores gerenciam seus pedidos e solicitam cotações pela Internet, procedimento que agiliza os processos de compra.
Já o benchmarking pode ser definido como um processo de identificação de referenciais de excelência que pode ser aplicado em diferentes áreas de uma mesma empresa, ou em áreas semelhantes de empresas parceiras. “Após a análise dos procedimentos de uma área, a outra empresa aplica as soluções positivas que considera pertinentes aos seus negócios, sempre com o objetivo de aprimorar suas atividades”, explica Danilo Angeli.
Escalada profissional
Toda indústria necessita identificar e adquirir uma série de materiais e equipamentos para a fabricação de seus produtos. Para atender a estas solicitações, é preciso estruturar uma equipe de Compras eficiente. Denise Retamal aponta a hierarquia presente nesta área: “Geralmente, o cotasetor de Compras de uma indústria comporta seis cargos: auxiliar, assistente e analista de Compras, comprador, coordenador de Compras e gerente de Suprimentos”.
Novos processos têm surgido para otimizar o processo de compras, como os métodos e-procurement e benchmarking
Na montadora Mercedes-Benz do Brasil, o setor de Compras é dividido em duas sub-áreas: Produtiva e Indireta; além da área de suporte de Compras. “Ao todo, 94 profissionais são responsáveis por estas solicitações, que englobam desde produtos para a manutenção e infraestrutura da fábrica até soluções classificadas como investimentos – produtos químicos, ferramentas e equipamentos”, detalha Andreia Simas.
Sobre as perspectivas profissionais para Compras, Denise Retamal afirma que a tendência é de grande crescimento para os compradores da indústria. “Hoje as empresas que mais crescem são aquelas que apresentam diferenciais competitivos e qualidade em seus produtos e serviços. Assim também ocorre com os compradores industriais, pois é o conhecimento técnico específico que garantirá sua ascensão profissional”, conclui a especialista em recrutamento.
Sula Zaleski
Jornalista