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BH, Betânia - Região Oeste / MG, Brazil
Meu nome é DAVI CARVALHO DA ROCHA,35 anos - Solteiro, moro atualmente com meus pais, tenho uma filha de 7 anos. Gosto de malhar, jogar futebol, dançar, curtir a família e ler. Pós-Graduado: - MBA em GESTÃO ESTRATÉGICA DE PROJETOS - Faculdade UNA - Julho/2011. - MBA GESTÃO ESTRATÉGICA DE NEGÓCIOS - Faculdade UNA - Dez/2010, Graduado em GESTÃO LOGÍSTICA pela Faculdade Pitágoras - Dez/2009. Idiomas - Curso de Inglês - 6º período, (conclusão Dez/2013) - Number One. Minhas experiências profissionais, encontram -se no link ao lado "Meu cirriculum".

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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A Logística Automotiva e o desafio da especialização diante de um novo cenário da indústria automobilística



linha de produo lamborguiniO desenvolvimento inconteste da Logística como competência multidisciplinar tem, como conseqüência, apresentado necessidade constante de adaptação, evolução e especialização notável. Talvez em função da descoberta, nos últimos anos, da logística como ferramenta indispensável e diretamente associada ao crescimento e desenvolvimento da sociedade, do país. Se analisarmos em retrospectiva veremos que países desenvolvidos têm suas questões logísticas resolvidas ou pelo menos bem encaminhadas. Da mesma forma os profissionais, entidades e empresas que atuam neste ramo apresentam índice significativo de profissionalização e de integração com os demais segmentos da sociedade.

Neste contexto, podemos afirmar sem sombra de dúvidas que a especialização é o grande diferencial entre as empresas que se dispõem a atuar em mercados com constantes e aceleradas mudanças e que ainda carece de padrões de desempenho para cada um dos seus segmentos. Estes padrões, ao contrário do que se pensava até a pouco tempo atrás, estão diretamente ligados ao meio e ao ambiente onde o negócio esta instalado, sendo, portanto “regionalizáveis”. Daí a necessidade de adaptação de modelos, ajustes em conceitos e comparações entre unidades de medida de desempenho de modo a se estabelecerem padrões locais de desempenho buscando a logística ótima.

Um dos ramos da logística onde estes fatores são claramente observados é o setor da “logística automotiva”. O desenvolvimento de soluções de logística integrada para a indústria automobilista transcende a aplicação deste ou daquele conceito “da moda” ou em alta na Europa, nos Estados Unidos ou na Ásia. Este segmento de serviços logísticos exige alto índice de especialização, sobretudo quanto à aplicação de soluções especificas e os desafios de integração entre elas.

Se analisarmos o “produto” das atividades de atuação no setor da logística automotiva iremos observar que muito mais do que cumprir o chavão “a peça certa, na hora certa, no lugar certo” os “players” deste segmento tem recebido cada vez mais novas especificações tais como: na seqüência correta..., na cor exigida..., na posição correta de montagem..., na qualidade especificada..., no kit especificado..., na pré montagem exigida.... e por aí vai. As exigências vêm num crescendo constante estando intimamente ligadas ao produto, a sua filosofia de produção e a cultura do fabricante.

Por isso é equivocado considerar que fazer logística automotiva é simplesmente conhecer alguns conceitos básicos tais como Just in time, Just in sequence, FIFO, build to stock, build to order , etc, e está tudo resolvido. Ledo engano que pode colocar abaixo todo um projeto de “supply chain”, comprometer resultados e colocar seriamente em risco a imagem de todos os envolvidos no negócio (empresas de logística, fabricantes, profissionais do setor...).

A chave para o diferencial é entender as continuas mudanças pela qual o produto resultante deste negócio (o desenvolvimento, montagem e comercialização de soluções de transporte e mobilidade urbana) vem passando e buscar através da integração e do desenvolvimento continuo dos processos e das soluções logística o estabelecimento de soluções customizadas e diferenciadas perfeitamente integradas ao ambiente onde a unidade de produção se encontra e ao produto final.

Para entendermos melhor a complexidade deste cenário basta observar que o consumidor esta cada vez mais exigente e a busca por produtos customizados tem sido cada vez maior. Isso traz como resultado o número exponencial do aumento de variantes de produto ligados diretamente ao numero de opcionais que podem ser agregados ao produto básico criando com isso produtos distintos e com isso aumentando no mesmo nível a complexidade da gestão dos estoques e mais importante ainda do fluxo de abastecimento destes componentes para as linhas de montagem.

Com a mudança, ou melhor, evolução do automóvel de “meio de transporte” para “solução de transporte” os componentes se tornam mais complexos exigindo condições próprias de transporte, manuseio e armazenagem até então não necessárias. O aumento da eletrônica embarcada, de sistemas eletro eletrônicos de “drivetrain” e “powertrain” já não é mais uma realidade distante. Os veículos híbridos e num futuro muito próximos os puramente elétricos são uma realidade incipiente nas linhas de montagem mundo afora e em breve estarão fazendo parte da nossa realidade logística.

A necessidade de adaptabilidade para estas condições é premente e vem sendo observada e praticada aos poucos na medida em que os produtos se desenvolvem e a atividade logística se integra cada vez mais com a produção.

Até pouco tempo atrás os componentes veiculares poderiam ser tratados como simples peças e, salvo para itens “sensíveis” no seu manuseio tais como vidros e peças de acabamento em tecido, couro ou materiais sensíveis, poucas categorias de componentes requeriam atenção especial. Nos últimos anos já nos deparamos com novos níveis de sensibilidade e que requerem especialização na sua armazenagem e manuseio, tais como componentes eletroeletrônicos sensíveis a variação eletrostática e peças de acabamento na cor do veículo e com variações mínimas de tonalidade,  que exigem áreas de armazenagem especificamente projetadas e equipamentos adequados para seu manuseio (luvas, sapatos...). Como exemplo, podemos citar o caso de um operador logístico que atua no Brasil, que teve que especificar junto com a montadora cliente a iluminação especifica na área de manuseio de modo a permitir ao operador a identificação visual das nuances de cor, para seqüenciamento de para choques, que somente para a cor preta havia oito nuances. A entrega errada ou fora da seqüência de um componente deste nível de montagem pode resultar em parada de linha de produção e como conseqüência em prejuízos significativos tanto para a montadora quanto principalmente para o operador logístico.

Mesmo os componentes considerados como os mais “brutos” no processo de montagem de veículo e normalmente utilizados na montagem da carroçaria ou chassis, o chamado “body in White” ou “body shop” estão em continua evolução, chapas e materiais hidro conformados, uso de ligas nobres e alumínio, chapas coladas e não mais soldadas, abolição total dos óleos utilizados nos processos de estampagem e conservação obrigam alterações continuas no transporte, armazenagem e manuseio destes componentes.

Tudo tende a mudar, portanto a estagnação em cima dos conceitos atuais deve a todo custo ser evitada e a aproximação e integração junto aos chamados OEM (original equipment manufacturer) deve ser um objetivo a ser perseguido pelos operadores logísticos que quiserem se destacar neste cenário altamente competitivo.

Esta realidade já bate a nossa porta, é incontestável que os OEM tem focado cada vez mais no seu negócio primário, ou seja, o desenvolvimento e a fabricação de soluções de transporte, deixando a atividade logística de suporte a cargo de operadores logísticos devidamente preparados para tal atividade. Este preparo deve ser continuo e ter como meta que a solução atual é momentânea e que cada novo produto, cada mudança de ano modelo, certamente trará consigo mudanças na estrutura do produto que afetam toda a cadeia logística.

Além do produto não devemos nos esquecer que com a globalização das bases de fornecimento destes componentes temos ai mais um fator importante na modelagem e na complexidade da cadeia logística. Imagine um carro elétrico que será montado no Rio de Janeiro, mas que tem seus motores produzidos na China, baterias no interior de São Paulo e um sistema de transmissão proveniente da Republica Tcheca. Imaginou?  São itens que deverão estar numa mesma linha de montagem, mas que tem atrelados a si, requerimentos de qualidade diferenciados, condições de manuseio diferentes, podem ter validade diferente (as baterias a partir de sua produção não podem ficar indefinidamente em estoque até receber sua carga inicial...). Gostou do desafio? Então prepare-se. É isso o que vem por aí com a mesma velocidade com que teremos os novos produtos fazendo parte da nossa realidade seremos forçados a nos adaptar e a desenvolver soluções factíveis, economicamente viáveis e com alto padrão de qualidade para nos mantermos e assegurarmos uma posição neste mercado altamente seletivo e exigente.

Portanto se você é do ramo, prepare-se para o que vem por ai! Se você tiver curiosidade para estudar ou conhecer mais sobre o futuro das chamadas “soluções de transporte” entre as leituras recomendáveis esta o excelente livro  “A reinvenção do automóvel – Mobilidade urbana pessoal para o século XXI de Mitchel, Borroni, D.Burns – Editora Alaúde 2010”.

E não se esqueça a solução atual é “temporária”. Isso deve ser a chave para a evolução e inovação contínua, base para o pensamento dinâmico de todos os profissionais de logística, e no caso especifico de nosso artigo a logística automotiva. O futuro esta aí!

Renato Rochini Neto

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